Cristiane Ribas

SAÚDE, por Cristiane Ribas ( página de sua responsabilidade em RADIANTE RECREIO )
  









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INFORMAÇÕES DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE


O que é a Doença Meningocócica?       
 


          A Doença Meningocócica é uma infecção bacteriana potencialmente grave, que pode acometer vários locais do organismo humano. Mais comumente afeta  as meninges, membranas que recobrem o sistema nervoso central, originando um tipo de meningite (meningite meningocócica), ou determina um quadro de infecção generalizada, a meningococcemia.


Qual é a causa da Doença Meningocócica?


A Doença Meningocócica é causada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis. Essa bactéria tem formato arredondado e usualmente encontra-se aos pares (diplococo). De acordo com a composição de uma cápsula polissacarídica que envolve a bactéria, essa espécie pode ser subdividida em treze “tipos” (sorogrupos) diferentes: A, B, C, Y, W135 etc. Nos últimos anos, dentre os casos de doença em que se conseguiu determinar o sorogrupo, o tipo mais prevalente em Minas Gerais foi o sorogrupo C.
 Como se transmite a Doença Meningocócica?
A bactéria Neisseria meningitidis habita normalmente a orofaringe do ser humano, mas nem sempre causa doença. Estima-se que, em média, cerca de 10 a 20% da população (até 100% em alguns casos) tenham a bactéria em sua orofaringe, carreando-a de forma assintomática. Essa bactéria pode ser transmitida de uma pessoa a outra por meio de gotículas de secreção que são eliminadas durante a fala, a tosse, os espirros, os vômitos etc. Geralmente a infecção ocorre por inalação ou contato direto com essas gotículas.
Para que ocorra a transmissão, usualmente é necessário um contato íntimo (isto é, contato próximo e relativamente prolongado ou frequente) com um doente ou um portador da bactéria, ou o contato direto com secreções contaminadas.
Embora o risco de adoecer seja alto entre os contatos íntimos de uma pessoa com a doença, a maioria dos casos esporádicos ocorre com a transmissão a partir de portadores assintomáticos.
As pessoas com maior risco de adoecer são as crianças, principalmente as menores de dois anos, e os imunodeprimidos.
Quais os sinais e sintomas de uma pessoa que desenvolva a Doença Meningocócica? A doença é grave?
A Doença Meningocócica pode ter manifestações diferentes entre as pessoas, e em alguns casos o diagnóstico pode ser difícil, confundindo-se com o quadro de outras doenças, principalmente quando a infecção está no início.
Quando causa meningite ou infecção generalizada, geralmente o doente apresenta febre alta, dor de cabeça forte, mal-estar geral, extremidades frias e prostração, podendo ocorrer convulsões, rigidez da nuca, sinais neurológicos de irritação nas meninges ou até mesmo o estado de coma. Em casos muito graves pode haver o surgimento súbito de manchas vermelhas, bolhas e sangramentos visíveis na pele. Em bebês, principalmente nos menores de 9 meses, as manifestações são inespecíficas: febre, prostração, irritabilidade, choro excessivo, vômitos, recusa alimentar, abaulamento das fontanelas (“moleiras”) e convulsões.
A doença é grave e pode ocorrer manifestação fulminante, com óbito em poucas horas, mesmo com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. A letalidade da doença (i.e., a proporção de indivíduos doentes que morre) é elevada, podendo chegar a 30% ou mais.Uma parte dos indivíduos que sobrevivem pode desenvolver seqüelas, que podem ser temporárias ou permanentes (surdez, retardo mental, problemas motores, convulsões etc).
Embora freqüente, entretanto, a evolução desfavorável para o óbito ou as seqüelas nem sempre ocorre. Em caso de sintomas suspeitos, orienta-se procurar atendimento médico o mais rápido possível.
O que pode ser feito para prevenir a doença?
As meningites são causadas por vários microorganismos: vírus, bactérias, protozoários etc. Várias vacinas que protegem contra germes que podem causar meningite já fazem parte do calendário básico de vacinação no Brasil, como: vacina contra os vírus de sarampo, caxumba, rubéola, contra o Haemophilus, vacina  BCG e até mesmo contra o poliovírus, rotavírus, vírus da influenza .
Vacina contra o Haemophilus já incluída no calendário oficial há cerca de 10 anos, com grande benefício para a população, e grande impacto na redução de casos de meningite e outras doenças invasivas por aquela bactéria.
No caso da meningite meningocócica:
- existem 13 “subtipos” (sorogrupos) das bactérias desta espécie (tipo A, B, C, 29E, Y, X, W135 etc)
- a vacina contra um tipo não protege contra os outros. Proteção só após 10 a 15 dias.
- Algumas vacinas são indicadas apenas em casos de surto, porque apresentam imunogenicidade baixa ou ausente em menores de 2 anos, e em adultos determinam imunidade de curta duração, com queda progressiva após 3 anos. Estudos mostram indução de tolerância imunológica (especialmente sorogrupo C – mas W135 e Y parecem se comportar de forma semelhante) em caso de uso por repetidas vezes.
- A vacina conjugada contra o meningococo do sorogrupo C é a única indicada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, inclusive para menores de 2 anos, e que  induz resposta imunológica comprovadamente melhor e mais duradoura. Entretanto, só protege contra o sorogrupo C. Atualmente é disponível no SUS através dos CRIES (Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais), para uso rotineiro em casos de maior risco como: principalmente asplenia anatômica ou funcional (ausência de baço ou seu mau funcionamento), imunodeficiências congênitas e alguns casos de portadores de HIV, portadores de implante de cóclea e de doenças de depósito.
Como a Neisseria meningitidis habita normalmente a orofaringe de uma grande parte da população, e como existem diversos sorogrupos dessa bactéria, a eliminação total da doença até o momento é impossível. A doença meningocócica ocorre o ano todo, em todo o mundo, sendo mais comum no inverno e na estação seca.
 Prevenção:
- manutenção de uma boa nutrição
- medidas de higiene (como lavar frequentemente as mãos, usar lenços de papel ao espirrar ou tossir, não compartilhar copos, talheres e outros utensílios sem lavar antes, não dividir garrafas de água ou alimentos, principalmente)
- evitar frequentar locais com grande aglomeração de pessoas
- evitar contato com doentes
- manter a casa, o ambiente de trabalho e os veículos de transporte coletivo sempre bem ventilados, e permitir a incidência direta de luz solar nos mesmos;
- manutenção de uma boa saúde em geral (praticar atividade física, manter hábitos saudáveis de sono, evitar o tabagismo, o etilismo e as drogas)
- manter as vacinações de rotina para a idade